Entenda sobre a síndrome do impacto do ombro

O ombro é uma das articulações mais instáveis e complexas do corpo humano, o que a torna extremamente suscetível a lesões e traumatismos. Só para se ter ideia, imagine a gama de movimentos que pode ser realizado com os membros superiores mediante a participação do ombro. Sendo assim, em virtude desta alta instabilidade e complexidade, esta articulação é susceptível a lesões, como as tendinites, os traumatismos e as degenerações (desgaste articular).

 Neste artigo você irá entender a respeito de uma afecção músculo esquelética muito comum na articulação do ombro, ou seja, a SÍNDROME DO IMPACTO DO OMBRO, suas causas, sintomas e tratamento fisioterapêutico continue acompanhando o conteúdo para entender mais sobre o tema.

O que é a síndrome do impacto do ombro?

É uma das maiores causas de dor e disfunção na articulação do ombro. É caracterizada por dor a elevação do membro superior em situações como lavar ou pentear o cabelo, erguer ou pegar um objeto que está acima da linha cabeça, ou em esportes como o Voleibol, o Handebol, o beisebol a natação entre outros.

A dor normalmente é de caráter noturno acordando o paciente e leva a prejuízos nas atividades da vida diária (AVD’s) do paciente.

Sintomas

• Dor ântero-lateral no ombro referida para o 1/3 proximal do braço e normalmente de caráter noturno;
• Diminuição da força do manguito rotador (o principal grupo muscular que tem função de estabilizar a articulação do ombro);
• O Paciente apresenta dificuldade para erguer (elevar) o seu braço     devido a dor e a fraqueza muscular.
  
  

Causas da síndrome do impacto do ombro

A principal causa da síndrome do impacto do ombro é a existência de um conflito biomecânico nos grupos musculares ao redor desta articulação, principalmente o manguito rotador (vide foto) levando a fraqueza e inflamação deste músculo. Porém outras situações podem levar a este quadro como:

1. Rigidez da cápsula posterior articular do ombro;
2. Diminuição do espaço articular;
3. Alterações estruturais na articulação, como o clássico acrômio ganchoso (vide foto). * O acrômio é um osso que compõe a estrutura articular do ombro.



OBSERVAÇÃO: Vale ressaltar que muitas vezes esta patologia é diagnosticada como BURSITE que é a inflamação da Bursa, uma bolsa cheia de líquido que apresenta a função de lubrificação da articulação e redução de atrito entre as estruturas. A bursite surge em consequência da síndrome do impacto do ombro. Ela pode surgir de forma isolada, porém, os sintomas clínicos são diferentes da síndrome do impacto do ombro.

Tratamento fisioterapêutico

A síndrome do impacto do ombro é uma condição que afeta de forma significativamente a qualidade de vida do paciente. Desta forma a fisioterapia apresenta um papel fundamental para a normatização do quadro clínico, favorecendo a funcionalidade da articulação do ombro. Sendo assim algumas metas de tratamento são empregadas, tais como:

1. Aliviar a dor e a inflamação com recursos como a crioterapia (gelo), ultrassom terapêutico, terapia por ondas de choque, biofotomodulação (LASER/MANTAS DE LED’s), entre outros;
2. Retardar a atrofia muscular, manter ou aumentar a flexibilidade, com exercícios específicos;
3. Restabelecer a amplitude de movimento (ADM) de forma indolor, através de técnicas específicas como a terapia manual entre outras;
4. Restabelecer a força do manguito rotador (principal músculo estabilizador do ombro) com exercícios terapêuticos específicos;
5. Favorecer a biomecânica funcional da articulação do ombro.

Perguntas Relacionadas

Toda síndrome do impacto do ombro requer tratamento cirúrgico?

Nem sempre. O tratamento conservador (fisioterapia) apresenta prognóstico favorável em situações onde a lesão é pequena, ou seja, apenas quando da existência da tendinite do manguito rotador ou em pacientes jovens  e ativos (desportistas).

Quando o tratamento cirúrgico é indicado?

O tratamento cirúrgico é indicado quando da falha no tratamento conservador ou nas seguintes situações:

1. Idade avançada (superior a 40 anos);
2. Ruptura total do manguito rotador de forma traumática ou degenerativa;
3. Alterações ósseas (vide acrômio ganchoso);
4. Lesões em outras estruturas musculares como por exemplo a do músculo bíceps braquial.
   

Conclusão

A síndrome do impacto do ombro é uma situação clínica que impacta de forma negativa a qualidade de vida e as atividades da vida diária do paciente como trabalho, laser entre outras. O tratamento conservador (fisioterapia, terapias manuais) apresentam de satisfatórios a bons resultados em pacientes jovens e ativos e em lesões mínimas do manguito rotador. O tratamento cirúrgico normalmente é indicado na falha do tratamento conservador ou em situações de extensa lesão do manguito rotador, porém é necessária uma avaliação criteriosa do caso clínico para que seja decidido ou não pela abordagem.

Cuide sempre da saúde de seu ombro, procure ter hábitos saudáveis no seu dia a dia como:

1.  Prática regular de atividades físicas;
2. Durante a prática de um esporte, procure observar qual ou quais movimentos desencadeiam dor em seu ombro;
3. Cuide com movimentos repetitivos no seu lar ou no trabalho;
4. Evite o tabagismo e o consumo exagerado de álcool;
5. Procure sempre adotar posturas corretas no seu lar e no seu trabalho.
   
   

Com esses cuidados, você manterá o seu corpo saudável e irá prevenir possíveis complicações em seu ombro.



Conheça o Prof. Marcos Godinho | Fisioterapeuta para síndrome do impacto do ombro

Marcos Godinho é Fisioterapeuta com Especialização em Fisioterapia Ortopédica altamente qualificado, cuja jornada no campo da saúde começou na renomada Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), onde obteve sua graduação em Fisioterapia no ano de 1999. Sua paixão pelo aprimoramento constante e busca pelo conhecimento o levaram a conquistar uma Especialização em Fisioterapia Ortopédica pela UDESC, em 2001 consolidando sua experiência na área. Além da sua sólida formação acadêmica, possui Mestrado em Neurociências pela prestigiada Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), demonstrando seu compromisso em compreender e aplicar os princípios da neurociência em sua prática clínica.

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